Coordenadores, supervisores e formadores nacionais e provinciais da EJA estão a ser capacitados para o uso de um novo instrumento digital de recolha de dados.
O seminário de capacitação de técnicos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) já está no seu terceiro dia. A acção formativa, realizada pelo Ministério da Educação sob a responsabilidade da Direcção Nacional de Educação de Jovens e Adultos (DNEJA), faz parte das acções de implementação do Projecto de Empoderamento da Rapariga e Aprendizagem para Todos (PAT II).
O evento está a capacitar mais de 250 técnicos, incluindo coordenadores, supervisores e facilitadores/alfabetizadores, vindos de todas as províncias do país.
Entre os temas já abordados, destacam-se a planificação de aulas, a dosificação de conteúdos, o Plano EJA-Angola, o Decreto Presidencial nº 257/19 de 12 de Agosto, o Contrato Pedagógico, a sensibilização sobre MSRR e VBG no âmbito do PAT II, o tratamento de dados estatísticos da EJA, a Escada dos níveis de conhecimento, a Andragogia e os princípios do modo andragógico.
Além disso, o seminário visa reforçar o conhecimento dos participantes sobre a legislação angolana do setor da educação, garantindo que compreendam a Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino e as directrizes metodológicas e administrativas.
Os formandos são coordenadores, supervisores e facilitadores/alfabetizadores nacionais, provinciais e municipais, provenientes das 21 províncias do país. Eles terão a responsabilidade de replicar a formação nas suas províncias e municípios na segunda fase deste programa de formação em cascata.
Nesta quarta-feira, 3 de Setembro, teve início a capacitação técnica e tecnológica para o uso da ferramenta KoboCollect para a recolha e o registo de dados. O instrumento digital é uma novidade para os participantes, que acreditam que facilitará o seu trabalho.
“Tudo o que aprendemos aqui vai facilitar o nosso trabalho enquanto supervisores e mobilizadores. Antes desta formação, não tínhamos conhecimento nenhum sobre o projeto. Mas agora, depois de consolidar a teoria e a prática, sentimos que a aplicação desta ferramenta de recolha de dados será muito mais fácil.
Aprendemos como supervisionar de forma mais eficiente e como vamos ministrar esses conteúdos nas nossas localidades,” disse Márcia Dias de Jesus, supervisora municipal da EJA no município de Mupa, província do Cunene.
O instrumento de recolha digital de dados vai permitir informações mais precisas
A capacitação, que começou na segunda-feira, 1 de Setembro, marcará um ponto de virada na recolha de dados da EJA, facilitando a produção de estatísticas. É o que afirma Teodora Alberto, coordenadora da Educação de Jovens e Adultos no município dos Mulenvos, província de Luanda.
“A capacitação que estamos a receber aqui é extremamente valiosa. Hoje, em particular, trabalhámos com a ferramenta digital KoboCollect, que considero um instrumento essencial para o nosso trabalho. Vai facilitar o processo de recolha de dados, seja para o recrutamento e cadastramento, seja para a supervisão. Esta ferramenta exige bastante atenção, mas vai permitir-nos apresentar dados mais precisos e de forma mais fácil para a Direção Nacional da Educação de Jovens e Adultos”, salientou Teodora Alberto. Para ela, os conteúdos ministrados ao longo desta acção formativa são fundamentais para o trabalho dos supervisores, facilitadores, alfabetizadores e mobilizadores.
“Desde o início da formação, temos percebido que os conteúdos ministrados são fundamentais para o nosso trabalho. É como se diz: ‘Primeiro, devemos sentar para aprender e, depois, então, nos colocarmos em pé para ensinar.'”
Entre os temas do dia, destacam-se:
Participam da formação 257 profissionais, provenientes de todas as províncias do país, incluindo as recém-criadas Icolo e Bengo, Cuango e Moxico Leste.
Esta formação está a melhorar a percepção dos formadores nacionais sobre a EJA, como disse, no final da sessão desta quarta-feira, Adão Xavier Maxiua.
“A visão que se está a ter aqui sobre a EJA parece diferente da visão que se tinha antes. A EJA era um sistema para acelerar os que estão atrasados na educação, aqueles que reprovaram nas classes do ensino regular. Mas não é só isso, a EJA é para aqueles que não tiveram a oportunidade de estudar enquanto eram jovens ou que tiveram que parar a educação e o ensino.
Mas com esta formação, estamos a alinhar as visões e a perceber que, afinal, a EJA é mesmo para a recuperação escolar daqueles que tiveram ausências ou cortes na educação em função da sua situação de vida”, afirmou.
Para o coordenador da EJA no município do Dundo, província da Lunda Norte, “com a compreensão dos conteúdos ministrados, vamos inserir a EJA de forma total, tal como aprendemos. Vamos trabalhar com todos aqueles que fazem a educação acontecer: os alfabetizadores da comunidade, a própria escola e os parceiros voluntários que estiverem dispostos a acabar com o atraso escolar em Angola.”
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um programa do Ministério da Educação de Angola que oferece oportunidades de ensino a pessoas que não concluíram os seus estudos na idade certa, contribuindo para a redução do analfabetismo, do atraso escolar e para a inclusão socioprofissional de jovens e adultos.
O PAT II é um projecto implementado pelo Ministério da Educação com financiamento do Banco Mundial, desde 2022. Ele reforça o compromisso do Governo Angolano com a melhoria da qualidade do ensino, a retenção de raparigas nas escolas, a redução do abandono escolar e a garantia de educação de segunda oportunidade para jovens e adultos, contribuindo para a construção de um futuro mais inclusivo e sustentável para o país.
Projecto desenvolvido pelo Ministério da Educação com o apoio financeiro do Banco Mundial que visa Capacitar os jovens angolanos, especialmente as raparigas, e melhorar a qualidade e a aprendizagem para todos.
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